Tudo começou com sacrifício. Abandonei meu querido bar da fábrica para subir o morro rumo à por mim detestada Privilège. Era aniversário daquela que viria, mais tarde, a ser responsável por grande parte do meu aniversário desse ano ter sido tão mágico. O objetivo àquela época era, confesso sinceramente, mais uma aposta de fichas em "última chance" com outra cidadã que por lá estava, apriorístico dizer que a comemoração era pretexto.
A comemoração acabou sendo pré-texto para essas linhas de agora. Eu cheguei, encontrei-a e quis duvidar. Afinal, aquele sorriso aberto logo no nosso primeiro encontro e uma sinceridade inquestionável no "Andrey, que BOM que você veio". Foi senha para eu ficar à vontade e nos dias seguintes ser criada uma relação de cumplicidade. Hoje, eu digo: estranho seria se eu não me encantasse por ela.
"Eu estava acorrentado a um pretérito imperfeito e de algum jeito improvável, você me trouxe à superfície pra que eu voltasse a pulsar.". Ela recuperou minha fé em ações, atitudes, pensamentos e autoconfiança que eu por vezes chego a abandonar. Alguns desses tópicos foram mesmo abandonados temporariamente e ela trouxe a tona. Jogou meu maldizer na lona e tem feito valer a pena. Ela mostra que relacionamentos podem ser levados a sério, independente de tempo. E que inconformismo é vital para a renovação de possibilidades. Ela me faz pensar. Em mim, nela, na humanidade, política, direito ou qualquer outro assunto que surja no encadeamento do diálogo. Uma lembrança puxando a outra e quando ver são 4h da manhã de outro dia. E o "boa noite" vem para coroar, vício de toda noite e virtude para bom sono.
Harmonise para o trocadilho fazer sentido. Ela "é o triunfo da minha esperança sobre minha experiência". Além dos motivos expostos anteriormente, junta princípios, inteligência, bom-humor e beleza. É leve, faz ficar leve, mesmo sendo "mandona". Delicadamente desbocada. Sutilmente intransigente, persuasiva. Um doce até no mau-humor. Como o som que ouço são as gírias de seu vocabulário: super curto loucamente.
A vida tem sido mais fácil, quando eu penso na palavra: harmonise. A grafia é errada, mas o sentido é perfeito. São os olhos fechadinhos quando sorri e ótima companhia para sambar. É alguém que eu conto, no meu filtro seletivo do Caio F.
"De onde vem o sentimento de que a sua história, absolutamente nova, é como um livro que releio aos poucos e, ao longo das páginas, apenas recordo trechos que esqueci". É estranho, mas realmente já me sinto como um amigo de outras vidas.O Ritmo rola fácil. É Encantamento piegas-juvenil mesmo. Puro. Um querer estar ao lado, que seja assim, sempre.
Leonina. Guerreira. Que faz um escorpião abaixar a cauda com o veneno, não por medo, por respeito. Por deferência. Se fosse samba, "é brilho demais para um só olhar". Se fosse rock, rural. Sá.Rodrix.Guarabyra. Se MPB, Vinícius e Amor de Índio.
"Admiro sua força para engolir lágrima por lágrima como se essa cena não fosse interferir eternamente em cada prefácio de amor futuro.". E toda a teoria, não poderia deixar, discutida sobre isso. A prece é para que continue assim: novidade com gosto de já saber de outras vidas, eterno com gosto de renovação diária.
"No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto"
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