quinta-feira, 26 de julho de 2012

Alguns dos parágrafos que eu deveria ter escrito

Mais uma tentativa de retomar o blog, estava precisando!! Por isso, eu tenho que começar pelo fim ou dizer que foi o fim para o início. Nesse sentido, preciso agradecer aos Sinais. Sinais que vieram em forma de graça e doçura confirmando o que Michael Sandel - um dos caras que tenho admirado - me diz aqui no livro "Justiça": respondemos, com desenvoltura, quando nossos aspectos positivos são realçados. Para você que se reconheceu aqui, tal qual uma alma especial, meu muito obrigado ("Não vou mostrar pra ninguém.Fica entre mim e você".)

A Casa Pré-Fabricada foi vendida. Não era para ser minha. Mil atravancos, mil desencontros, talvez porque "delicadeza e doçura" não fazem/faziam muito sucesso; e ela é, hoje,  ocupada por um bom morador, certamente cuida bem dos jardins e traz sol para a menina que gosta de olhar estrelas. Eu segui adiante. Conheci um pouco mais sobre "mãos, bocas e perfumes".  Ando me reinventando. Estudando, advogando quando dá e posso, dando algumas aulas, pensando a vida e o Direito. Descobri que quero seguir, de forma preferencial, a carreira acadêmica e, se der, chegar a ser Procurador da República. Sonhar não custa e acredito que é a condição ontológica da vida.

Tive também, nesse meio tempo, a formatura dos sonhos. Dancei com quem eu tinha que dançar. Memórias. Estas talvez sejam o material propulsor da vida, o que vale a pena enquanto você está vivo e racionalmente capaz de relembrar. Pequenos momentos de luz que valem a pena quando a noite chega.

Hoje, especialmente, faço 1 ano de formado. Parabéns para mim e para os guerreiros que formaram comigo. Torço para que sejamos guerreiros do bom combate.

Há 2 dias, o Tico - o cachorro mais velho aqui de casa, homônimo do cachorro do meu irmao - faleceu. Confesso que sentirei falta. Sei lá, dentro da família eu não sou muito do diálogo corrido, solto e volumoso. Sou pontual, de momento. Sou assim, acredito, porque a minha família é meu coração. Meus familiares me sabem, não preciso me ser, apenas sou. Sou quieto, visto e sabido. Os amigos, alguns, conseguem ser assim; mas a maioria ainda precisa me saber, por isso sou mais comunicativo, conto piadas e teorias, faço filosofias e sociologias de bar. Para os meus, sou. Para os demais, vou sendo. Para o tico, eu era. Era o cara que olhava para ele dentre da casinha e o via ali. Eu era o cara que sempre olhava para trás, quando abria o portão para ver se ele não fugiria. Anteontem e ontem olhei, vazio. Senti falta. Por essa constatação do movimento autômato, tico era, mesmo, da família. Essa estranha mania de apenas sentir falta de água quando o poço seca.

Os bons encontros têm acontecido. Encontro com pessoas que já havia encontrado, o que não necessariamente é um reencontro. Isto porque eu mudei bastante e as pessoas também. São encontros de novas pessoas, almas, trejeitos, manias, pensamentos, ideias. Encontro gente de anos e gente de há menos de 10 horas - abençoadas sejam as pessoas de menos de 10 horas que têm potencial para estar mais que 10 anos -; pessoas que têm me lembrado quem sou, projetado quem quero ser e tudo isso é extremamente gratificante. O saber que as crenças são compartilhadas e discutidas em bons termos é ótimo. É maravilhoso saber que em algum lugar desse mundo e/ou cidade há uma cidadã querendo honestidade, simplicidade e cantar "se não for, valeu e se já for, adeus". As coisas têm surgido no tempo exato; tenho que agradecer também a sincronia.

Continuo esperando, porque sei que 'quando chega a hora é mais legal'. Por tudo isso, aqui vão alguns dos parágrafos que eu deveria ter escrito. Escreverei outros, com energia renovada. "Renovada a força, eu tô feliz da vida!"