terça-feira, 19 de outubro de 2010

Se deixa...eu me deixo.

O dia amanheceu chovendo e a saudade me contêm
O céu já tá estrelado e tá cansado de zelar pelo meu bem


Acordou com essa chuva de meio-outubro com algum cheiro de um setembro doce, quando ela apareceu. Ou simplesmente se mostrou. Conviviam há meses, mas não se enxergavam. Ele enxergava. Ela avistava palavras diferentes. "Amor", foi o que ele pensou. 'Confiança", foi o que ela guardou.

Os dias estão passando, a proximidade aumentando. Não há nada racional que convença da união dos dois, pero nada afirma o contrário. Dúvida no caminho, pagamento pela pureza. Ela saindo de machucados relativamente recentes; ele com uma vontade enorme de dar um beijo para sarar.

Ela bebendo e fumando para esquecer. Ele lembrando dela para inspirar.
A torcida é para que as coisas encaminhem para um passo mais concreto, esse mundo tem a mania chata de desviar rotas de uma hora para a outra, ou será acerto?

Amor eu gosto tanto, eu amo, amo tanto o seu olhar
Andei por esse mundo louco, doido, solto com sede de amar
Igual a um beija-flor, que beija-flor,
De flor em flor eu quis beijar
Por isso não demora que a história passa e pode me levar 
 
 
 
* as partes em itálico são da música "Outro lugar", cantanda divinamente por Milton Nascimento.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Destinatário da lágrima

Não me diga que seu romance durou a exorbitante quantidade de sete dias. Sua esperança decaiu de plano em uma semana, as fantasias foram vendidas antes do décimo dia do prazo. Você está mal novamente, apesar de toda a minha teoria. Eu quis te avisar.

O seu não-reconhecimento-a-mim talvez se dê pelo fato de que nada deveria ter um nome por medo que esse nome o transforme. Você falou aquela palavra com 5 letras começada com a letra "A", como diria o Gessinger. As especulações filosóficas são muitas. Adeus? Amigo? Ambas, quem sabe!? 

O clichê do "não quero te magoar" é a coisa mais odiosa de todo o imbróglio, visto que a tentativa é instituto bilateral. Eu quero também poder escolher se deixo você me magoar ou não. Algumas pessoas são incapazes de magoar outras, você é uma delas. Porém, sempre que venho a interagir com idéias assim, logo me vem uma vontade de "desisto, tudo bem.". Porque se a afirmativa é negativa "não quero te magoar", há uma concepção positiva de que você irá fazê-lo. E geralmente as pessoas fazem.

Acho que perdi a prática de inverter o ônus da prova. Ficar conformado também nunca foi meu sítio. Insistir também não é mais desembaraço, eu não preciso mesmo mais disso. Somente quero dizer, guria, o seguinte: quem te faz chorar não merece tuas lágrimas. Contudo, o destino, inexorável que é, acaba por consertar tudo; pois sou eu aqui cuidando de você, te acarinhando, secando seu pranto. Sou eu quem acabo por ser o destinatário final das tuas lágrimas.