quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Bela flor ou Garota do Vestido Verde ou Poesia

"Penso em você principalmente como a minha possibilidade de paz —
a única que pintou até agora,“nesta minha vida de retinas fatigadas”.
E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito". (Caio F.)




Escrevo nesse caderno, como quem conversa consigo mesmo para poder entender. Entender-se. Escrevo como alguém que não sabe se pensa no real, virtual, abstrato ou tudo isso junto. Alguém que começou a cantar Los Hermanos com uma força e fé, afinal: "um dia a mais é um a menos pro encontro acontecer".

Sonhei contigo. Coisa rápida. Estava num show de Zeca Baleiro, tocou "Quase nada". "De você, sei quase nada. Para onde vai ou porquê veio. Nem mesmo sei qual é a parte da tua estrada, no meu caminho. Será um atalho? Ou um desvio? Um rio raso?Um passo em falso? Um prato fundo para toda a fome que há no mundo?!". Eu quis te ligar. Te liguei, mas estranho...eu nem tenho seu número!


Mas, menina, eu escrevo nesse caderno, em meio a uma tarde de Janeiro, quando eu deveria fazer uma peça para um processo. Contudo, o único processo que tem me interessado é o nosso. O processo de conhecimento em si mesmo. Cada palavra tua, cada depoimento, cada foto, cada citação de Caio Fernando, cada segundo torna esse verão de 35 graus lá fora, primavera iniciando com vento e folhas voando entende? Serenidade. Isso, você já me trouxe. Uma possibilidade, enfim, de paz.

Eu não entendo bem esse processo. Não entendo, porque parece que te conheço de outras vidas, mas a gente mal se reconheceu nessa. Eu não entendo, também, o motivo de eu já estar prestes a escrever a segunda página sobre você. Eu não entendo...quando vejo o teu sorriso, quando vejo esse seu sorriso LINDO, de um jeito que, juro..eu não entendo como é que pode uma menina me fazer tremer por ver que um novo depoimento está ali pronto a ser lido.

Olha, leio Caio Fernando e me bate uma saudade, realmente, irracional de você. Lembra, aquele "nosso" trecho? "Vimos uma margarida e nem sequer era primavera e disseste que margarida era amarelo e branco e eu disse que branco era paz e disseste que amarelo era desespero e dissemos quase juntos que margarida era então desespero cercado de paz por todos os lados". Exato, pode até haver desespero, mas eu sinto que nessa nova fase da minha vida, com você do lado, de alguma forma, existirá também paz por todos os lados.

Tempo certo. Olhar de quem sabe que o tempo certo chegou. Essas tuas frases fazem eco por aqui. Concordo, do jeito que for. Mas quero te encontrar logo, logo.

Toca, no rádio, Maria Gadú. Acho que tu gosta. Já te vi citar algumas vezes no teu blog, que ando lendo todo. Lembro de você, bela Flor. "Que dance a linda flor girando por aí / Sonhando com amor sem dor, amor de flor / Querendo a flor que é, no sonho a flor que vem / Ser duplamente flor, encanta ,colore e faz bem".

Começo a brincar com teu nome. Primeiro teu sobrenome - Nogueira - me lembra samba. Diogo e João Nogueira. E samba, como tu bem sabes, me cai bem. Me deixa bem. Como você me deixa. E teu primeiro nome é algo pra se brincar de verbetes. Rayssa. Rays, raiz. Pra fixar bem e não ir embora mais. Sa, sabedoria, sapiência. Com esse teu jeito de quem sabe das coisas, mas não faz questão de esbanjar nada, de esnobar ninguém. Ray e completo o "o". Rayo, raio. Força e beleza juntos. Capaz de causar destruição nos corações distraídos ;D ou iluminar os caminhos quando tudo parece sem jeito, escuro. Você brilha. Ray. Raynha. Com "Y" mesmo; até porque, com certeza, é diferente das outras.

Paro por aqui, guardo estas páginas. Dia desses te entrego. 


 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Apenas mais uma de amor


De volta àquele Bar que iria com os amigos. Ele, de volta à capirinha e aos amigos. Ele, de volta à capirinha, aos amigos e aos DVDS antes do samba. Ele, de volta.

Confessou aos amigos que encontrara a tal possibilidade de paz. Uma mulher meiga, estudiosa, inteligente, que transita entre as besteiras e as filosofias de vida com a mesma desenvoltura. Encontrou alguém que também gosta de Caio F; entende as citações, as excitações e - por quê não? - pode ser para a vida.

Em meios aos amigos e às caipirinhas e cervejas, vieram os conselhos. Dos amigos para ele, dele para os amigos. Mas é que ela...ela...é..tão...mais que linda. Ela era tensa, confusa, bem-humorada. Um pouco desmedida e Rainha.

Ele que não acredita tanto em coincidências. Tenta sempre entender os motivos dos encontros. Sempre buscando uma motivação cósmica, como diz o velho samba "Deus é um cara gozador, adora brincadeira". No que tange ao coração dele, Deus tem um almanaque de piadas. Será que agora é a hora dele olhar pra câmera cósmica e receber aplausos e um "sim"?

Brindam, novamente, "aos encontros".

De repente, toca Lulu Santos. Ele e os amigos, que também estão em busca da "amada", como costumam dizer, cantarolam juntos ao som do DVD:

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer (mas isso vai doer)
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber. 

E é.





terça-feira, 26 de janeiro de 2010

aVAL

 Eu sou
O que não sou: peias e amarras
Da civilização.

 Eu sou
“Eu” Censurado,
Amordaçado,  por milhões de mãos.

Eu sou rio subterrâneo
Que desviaram  de curso
[...] Eu sou cérebro
Mais que coração.
Eu sou mentira  mais que verdade.

Eu sou tristeza  mais que alegria.
No dia da tristeza.

Eu sou paradoxo:  sou e não “sou”. (DENÓFRIO, 1980, p.14)


A "Val", uma dessas grandes mulheres, que trazem experiências dessas pra vida da gente... ;D

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Não amo ninguém

“Se todo alguém que ama
Ama pra ser correspondido
Se todo alguém que eu amo
É como amar a lua inacessível
É que eu não amo ninguém
Não amo ninguém
Eu não amo ninguém, parece incrível
Não amo ninguém
E é só amor que eu respiro”
[Não amo ninguém - Cazuza]



Respira amor. Inspira dor, muitas vezes, inspirado expira amor de volta.
Tem sido a rotina. O menino que virou Homem não quer mais saber de tempo a perder, com alguém que quer mal-me-quer. Ele decidiu que não será mais por elas, mas por ele.
Abandonou a causa, partiu para um mundo, um caminho que trará a recompensa, a paz e a calma que ele merece. Aposta nos caminhos. Cansado ainda está da lua inacessível, de procurar e não encontrar; de achar que viver o amor não é para seu bico . Cansado de mandar o coração descansar. 
Ele quer, realmente, respirar amor da cabeça aos pés.
"Aos encontros", ele brinda. Respira amor, quer amar.

Mas, hoje, ele não ama ninguém. "Apenas" a si próprio, com redundância e todo amor que houver nessa vida.





segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Significados


Esperança.

Espera ansiosa.



de você, sei quase nadaaaaaaa...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença

 Moça, eu vou escrever pra você!

Veja só o que eu te escrevi: Lembra que você uma vez, ironicamente, me enviou essa parte da música dos Los Hermanos " É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê" ? Tu quis me dizer que eu não era teu caminho, o que concordo, hoje. Porque, realmente, o caminho é vida. A parceria é Caminhante que pode nos fazer mudar a rota ou aceitar as topagens da estrada com a gente. Porém, o que mais me doeu foi que você não sonhava comigo, caminhante ao teu lado. Você disse que era mais forte, por isso iria. Pode ser.

Te reencontrei, faz alguns dias, naquele café da esquina. Te vi destruída, moça. O que aconteceu? Cadê a tua mocidade? 26 anos, tão pouco. Sei que teus 20 anos estão quase over. Os meus iniciam agora. Me encontrei, entende? No curso, profissão, anseios, desejos e até ouso dizer que achei uma boa companhia pra essa vida, embora ela não saiba. E talvez nem eu.

Ah, quero acrescentar que você não me doeu nada. Estranho. Antigamente, eu quereria levantar teu astral, mudar tua lua e ascendente, carregar o mundo, me fazer muletas. Hoje, eu passo e digo até mais. Isso, totalmente diferente. Indiferente. Os poetas estão certos, moça: "O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola (...) o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença." Podíamos escrever sobre indiferença... ou fingir indiferente. Anda de mãos dadas com nossos sentimentos...".


O mais é absolutamente nada. Leve com você boas vibrações, meu bem. Meu bem, isso mesmo. Foste meu bem, ainda o é. Porque teu desamor me ajudou a ficar mais forte e saber valorizar aquela e aqueles que me acompanham, hoje. Para mim, são as melhores pessoas do mundo. Porque, sabe, quero te dizer uma coisa que tu conheces bem: " É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê".

Quero que saiba: se precisar, pode me chamar. Não te quero mal, apenas não mais, entende?

Ah, queira ser feliz. Axé e benção. A gente precisa da força extra. Muda a estrada. Sorte e seja Forte.


p.s.: Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. E amanhã tem sol.


 postagem coletiva...honrado, sempre, por participar

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Se fosse estórias e contos..

Eu seria um Príncipe.

Mas já aviso: Não tem cavalo, não tem espada, não tem absolutamente nada. Mas olho primeiro para os olhos ao invés do vestido e dos sapatos.

(E talvez seja por isso que é tão dificil encontrar a princesa)

Como diz o Caio Fernando Abreu: mas é que tenho me sentido um bom lugar!

sábado, 9 de janeiro de 2010

Do cansaço

"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis."

O Caio me dá a razão. Incrível como rodo, procuro, acho que encontro, escapo.

O tempo há de ajudar, enquanto isso: um sorriso, um band-aid no coração e tudo bem; ou então: o que se há de fazer?


 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Capinejar me dava a razão...

'Amor para mim é doideira, descontrole, soluço de árvore na estrada. Andar de cadarços desamarrados, levar os ciscos e as ervas para a casa. Arrastar as folhas e o solo. Varrer a rua em direção à casa, em movimento inverso. Sujar a casa de mundo, de premência.
Invejo quem programa seu casamento com antecedência, com dois ou três anos de noivado. Nunca fui assim, de fazer maquete, de brincar de casa de boneca, de planejar cada passo. ...
Invejo quem só casa após segurança financeira. Amor nunca me concedeu segurança.
Invejo quem condiciona o enlace a uma lua-de-mel no exterior.
Que seja na saúde e na doença de cara, na alegria e na tristeza de cara.
Relâmpago não é tão bonito sem chuva. Relâmpago sem chuva pede esmola. Quero a chuva junto do clarão, o marulhar das calhas, a água nas escadas das telhas.
Sou do amor fulminante, como um enfarte. Perder a razão. Casar na hora, em dias, esquecer que não era possível, esquecer as dificuldades, esquecer os entraves e pormenores. Não dar tempo para criar problemas. Não dar tempo para ponderar com opiniões dos próximos. Não aceitar conselhos de ressaca, decidir ébrio e arrepender-se amando. Ultrapassar-se.
Não sei como montei minha casa. Amor junta os pertences, não reclama. Faz funcionar o que não existe. Deixo a demora para Deus, sou mesmo apressado em mim para ser lento no corpo dela.
Invejo quem faz lista de presentes em lojas e recebe metade da casa mobiliada depois da aliança na mão esquerda. A aliança nem conheceu minha mão direita. Mal cumprimentou. Não recebi nada que está em casa, não tive poupança, fundos de investimento. Recebo os amigos. Sobrevivi, pois precisava. Não há desculpa para sobreviver.
Invejo quem premedita o casamento, conhece os pais dela devagarinho, faz as reivindicações antes do contrato, briga por teimosia e capricho pelo tom das paredes e marca dos ladrilhos. Que escolhe a cor do cachorro para combinar com o capacho.
Não consigo.
Caso para quebrar as regras, para me aproximar no ato, para não deixar o inferno dourar a pele. Entro no primeiro apartamento e fico. Os livros já são estantes. Ponho o colchão no chão e subo devagarinho com os meses.
Caso rápido porque nunca fui sozinho dentro de mim, porque a saliva é água potável, porque amor é urgência.
Ajeita-se a vida como pode. Um dia a menos não será depois um dia a mais. Caso em segredo, a dois. Beijo tem muito despudor para ter medo.
Não me exibo, caso. Não faço futuro, caso logo para fazer passado. ''

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Falar de amor não é amar, não é querer ninguém.

Na falta de inspiração, moça linda, acabei te escrevendo letras alheias mas que são tão minhas. Porque diz o autor, Rodrigo Amarante, que "a pressa não leva a coisas boas"! hehe. Realmente, esse tempo todo falando de amor, às vezes com pressa. Pressa inimiga da perfeição. Teremos o nosso tempo e poderá ser o eterno.

Por isso, o Amarante escreveu assim:

Eu descobri um mundo teu e ele é manso
Sem perceber tive paz e só me dei conta
Quando eu te vi e perguntei como é que vai você
- Tudo bem?


Falta entender, o que me faz pensar
Que só ela pode ter tanta paz pra me dar
Ninguém mais tem tanta paz
Eu te vi e cheguei pra falar
- Tudo certinho?


Quando eu te vi eu perguntei: como é que vai você?

Por isso, eu fico pensando: mas eu nem te conheço direito. Tenho um "quê" de admiração que vem de outras vidas, suponho. Admito: quero você nessa. Sei lá, ando sonhando contigo. Vai ver você veio como uma possibilidade de paz; a única que pintou até agora. Amor da cabeça aos pés, realmente.


Estranho isso. Porque, de fato, eu quero você. Entretanto, não falo necessariamente de amor. Sei que você chegou na hora exata.

Agora, me deixa te achar e te trazer pra cá?

É que eu cansei de ouvir e cantar Capital Inicial:

“Dias esquecidos
No verão que eu inventei
Eu sei que você vive
Das mentiras que eu acreditei.”

  

Quero fazer do teu sorriso um abrigo. Ver o por do sol, deitado nos teus braços castos, realmente numa casa que a gente pode pré-fabricar.


Agora, vem pra cá. Não deixe isso virar nada. Vem ser minha casa de veraneio. Vamos fazer nossa verdade.


Vamos fazer/ser amor da cabeça aos pés!
 
 

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