"Penso em você principalmente como a minha possibilidade de paz —
a única que pintou até agora,“nesta minha vida de retinas fatigadas”.
E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito". (Caio F.)
Escrevo nesse caderno, como quem conversa consigo mesmo para poder entender. Entender-se. Escrevo como alguém que não sabe se pensa no real, virtual, abstrato ou tudo isso junto. Alguém que começou a cantar Los Hermanos com uma força e fé, afinal: "um dia a mais é um a menos pro encontro acontecer".
Sonhei contigo. Coisa rápida. Estava num show de Zeca Baleiro, tocou "Quase nada". "De você, sei quase nada. Para onde vai ou porquê veio. Nem mesmo sei qual é a parte da tua estrada, no meu caminho. Será um atalho? Ou um desvio? Um rio raso?Um passo em falso? Um prato fundo para toda a fome que há no mundo?!". Eu quis te ligar. Te liguei, mas estranho...eu nem tenho seu número!
Mas, menina, eu escrevo nesse caderno, em meio a uma tarde de Janeiro, quando eu deveria fazer uma peça para um processo. Contudo, o único processo que tem me interessado é o nosso. O processo de conhecimento em si mesmo. Cada palavra tua, cada depoimento, cada foto, cada citação de Caio Fernando, cada segundo torna esse verão de 35 graus lá fora, primavera iniciando com vento e folhas voando entende? Serenidade. Isso, você já me trouxe. Uma possibilidade, enfim, de paz.
Eu não entendo bem esse processo. Não entendo, porque parece que te conheço de outras vidas, mas a gente mal se reconheceu nessa. Eu não entendo, também, o motivo de eu já estar prestes a escrever a segunda página sobre você. Eu não entendo...quando vejo o teu sorriso, quando vejo esse seu sorriso LINDO, de um jeito que, juro..eu não entendo como é que pode uma menina me fazer tremer por ver que um novo depoimento está ali pronto a ser lido.
Olha, leio Caio Fernando e me bate uma saudade, realmente, irracional de você. Lembra, aquele "nosso" trecho? "Vimos uma margarida e nem sequer era primavera e disseste que margarida era amarelo e branco e eu disse que branco era paz e disseste que amarelo era desespero e dissemos quase juntos que margarida era então desespero cercado de paz por todos os lados". Exato, pode até haver desespero, mas eu sinto que nessa nova fase da minha vida, com você do lado, de alguma forma, existirá também paz por todos os lados.
Tempo certo. Olhar de quem sabe que o tempo certo chegou. Essas tuas frases fazem eco por aqui. Concordo, do jeito que for. Mas quero te encontrar logo, logo.
Toca, no rádio, Maria Gadú. Acho que tu gosta. Já te vi citar algumas vezes no teu blog, que ando lendo todo. Lembro de você, bela Flor. "Que dance a linda flor girando por aí / Sonhando com amor sem dor, amor de flor / Querendo a flor que é, no sonho a flor que vem / Ser duplamente flor, encanta ,colore e faz bem".
Começo a brincar com teu nome. Primeiro teu sobrenome - Nogueira - me lembra samba. Diogo e João Nogueira. E samba, como tu bem sabes, me cai bem. Me deixa bem. Como você me deixa. E teu primeiro nome é algo pra se brincar de verbetes. Rayssa. Rays, raiz. Pra fixar bem e não ir embora mais. Sa, sabedoria, sapiência. Com esse teu jeito de quem sabe das coisas, mas não faz questão de esbanjar nada, de esnobar ninguém. Ray e completo o "o". Rayo, raio. Força e beleza juntos. Capaz de causar destruição nos corações distraídos ;D ou iluminar os caminhos quando tudo parece sem jeito, escuro. Você brilha. Ray. Raynha. Com "Y" mesmo; até porque, com certeza, é diferente das outras.
Paro por aqui, guardo estas páginas. Dia desses te entrego.
Foi o texto escrito em caderno, numa tarde de janeiro para a Bela Flor, Garota do Vestido Verde, Poesia e Mulher inteligente, meiga, estudiosa, sorridente, confusa, forte, sutil, raynha. Que tem feito as coisas serem mais doces, da forma que for.