segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sobre ciclos (magnéticos ou não), sinais, sinas e outras estórias

Pediram-me o que mais tenho dificuldades de fazer: ter calma. Como já disse em outras ocasiões, inclusive no Ironia, não aprendi tal palavra-ação quando na tenra idade. Isso me traz problemas, bem sei. Porém, a causa vale a espera. Já dizia minha grande professora de Processo: não gastamos  energia naquilo que achamos ser infrutífero. Pois é, completo com uma frase do já saudoso Saramago: " Há ocasiões que é mil vezes preferível fazer de menos que fazer de mais, entrega-se o assuntto ao governamento da sensibilidade, ela, melhor que a inteligência racional, saberá proceder segundo o que mais convenha à perfeição dos instantes seguintes".

É que as minhas atitudes normais, as quais já estão sendo combatidas pelo fato de aceitar conselhos, seriam chamadas de intensas ou rápidas - com o que não discordo -, embora eu prefira chamar de vontade sutil e verdadeira de estender os braços para tocar você mais um pouco. De tudo, eu espero. Com aquela frase bem cantada em "Cegos do Castelo": Se você puder me olhar, se você quiser me achar e se você trouxer o seu lar..eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele.

Lembranças com cheiro as de agora. Lembrei daquelas mulheres insanas berrando atrás da gente. Eu pedi para você me proteger, por brincadeira, falando no seu ouvido: "Socorro". E veio proteção verdadeiramente. Porque foi chegar mais perto e sentir aquele cheiro seu. Cheiro que assemelha-se, com certeza, àquele jardim de flores do campo que O Próprio Deus cuidava no paraíso. Inebriante, tranquilizador.
Por falar em Deus, veio mais fé. Na caminhada, e isso é assunto para outro dia, você saberá das minhas inclinações católicas apostólicas romanas somadas à idéia loshermanosianas do Rodrigo Amarante. O Amarante foi questionado sobre a crença do próprio na existência de Deus, no que ele respondeu: "Eu investigo Deus". Digamos que na minha humilde existência também vou nessa, mas com um respeito tremendo, claro. E isso me faz ver que eu tive uma maior sorte que o Saramago. Volto a citá-lo, ele disse certa vez: "Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro". Então, pesando na balança do agora  - quando eu contar das coincidências, você entenderá melhor-; mas por hora:  Tive mais sorte que o Saramago. Eu encontrei um sinal de Deus. Eu te encontrei.

Por isso, só me resta confiar. Vou confiar. Porém, ando diferente desde já. Como bem dizia o Caio Fernando: "Mas sabiam que um ser humano jamais atravessa incólume o círculo magnético de outro".

Sigamos a caminhada...

2 comentários:

  1. Andrey... que texto emocionante.
    Sério, um dos melhores.

    Ter fé e ver coragem no amor..
    Aponta pra fé e rema...

    Citações loshermanisticas hahaha

    Bjos

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  2. Começo concordando com a Luana. Aliás, já foi gratificante receber as honrarias de "genial, sublime" por si só, mas, após ler esse teu relato, os elogios tiveram ainda mais peso, pois vieram de alguém também muito habilidoso no que pensa e escreve.

    Cara, vou te dizer uma coisa que talvez não seja muito animadora: nós, homens, não sabemos esperar. A espera angustia, desarruma, incomoda.

    O lado bom disso é que, enquanto seguimos inquietos, sacodimos a poeira até encontrarmos a solução definitiva, que normalmente culmina em felicidade para os bons indivíduos. E você, meu caro, é sem dúvida um bom indivíduo. Ou seja, a felicidade é questão de tempo.

    Grande abraço, e jamais perca a fé, porque Deus nunca perde a que Ele tem em ti.

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