segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Em laranjeiras (ou como me senti idiota e com receio).

Estou almoçando, iniciando o texto. Verdade seja dita, voltei aqui para o início para retomar do começo - viva aos paradoxos - o que escrevia.

Escrevia que estava olhando as Laranjeiras encontrando com o Largo do Machado e entendo porque o Nando Reis dizia para a Cássia Eller que o bairro satisfeito sorria quando ele chegava ali, apertava o 12 que era o andar e não via a hora do encontro. Bom, pensei em você.  Pensei, porque há poucos dias cantarolava essa música, 'não vejo a hora de te encontrar e continuar aquela conversa...". Agora, até os almoços no domingo tem um sabor (ainda) mais especial. Marcas que vão se acumulando. Assim é. Assim, vai ver, sempre foi.

E daí que eu pensei sobre enviar uma mensagem escrito exatamente isso: "almoçar aqui, sozinho, sendo que há alguns dias estava na melhor companhia do mundo". Mas não enviei. Receio de, sei lá, invadir esferas em que não tenho permissão para entrar muito. Não sei lidar. Agora, relendo isso, me senti um idiota.

Olhei para a TV, vi a Dilma chorando. Te juro que a primeira coisa que pensei foi "caramba, o Lula morreu". Pensei em te mandar sms perguntando o motivo, mas fiquei com receio e pedi apenas pro garçom ligar o 'closed caption' e vi que o trem era feio mesmo, vi os jovens de Santa Maria na tal boate que pegou fogo e eu fiquei sentido demais. Sentido porque quanta gente não conseguiu dar um último beijo e dizer um 'eu te amo' e eu, com todas as chances, refugo. Embora eu tenha tirado uma força fora do comum há alguns dias para admitir isso entre um gaguejo e face vermelha, mas...eu pensei em mandar outra mensagem e não o fiz.

Tem esse texto, que possivelmente ficará aqui..para eu ficar relendo, me sentindo um idiota, por não ir até onde você está agora e dizer que: não importa quanto tempo passe, continuarei sendo um idiota receoso, cheio de falhas, mas que gosta muito de você. Caramba, que idiota! Dizer que: continuarei sendo um idiota receoso, cheio de falhas, mas que ama muito você.


Um comentário:

  1. Andrey, eu me emocionei. Tô desse jeito, adiando há dias, expressar o que fica dentro do peito querendo sair, não é amor. Mas é um "eu gosto muito de você" é pouco talvez. Pra mim é tudo. Lindo texto.

    Bjos

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