segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Permaneço!

Antes de repensar a vida neste ano, fazer listas para o próximo ou qualquer coisa que remeta ao futuro, fiquei pensando em lista sobre motivos de eu "permanecer" - mesmo com essa cara de paisagem que eu teimo em treinar. Bom, vou tentar.


Se ainda depois que seus passos forem para outros lugares, territórios, espaços, você acabar retornando aqui para o lado, permaneço.

Se os amigos da hora passarem, se as músicas - que não tocam, batem - terminarem a qualquer hora de um um tempo iníquo e o dia/noite prosseguir em retorno seu, para minha paz contigo, para você ter paz comigo (principalmente se tiveres consciência disto), permaneço.

Se depois de afirmações grandiloquentes, de frases de efeito, de cantadas em lugares de paixões de garrafa no gelo, de promessas não cumpridas, houver tempo e um pouco de paciência-coragem para responder à pergunta certa, permaneço.

Se a viagem de liberdade - falsa? - culminar em necessidade de iniciar conversa para falar qualquer besteira, que eu sempre acho fantástico, permaneço.


Se o tempo passar, as coisas não estiverem bem como imaginamos e até eu estiver em outro lugar, me procure, estarei permanecendo.






"
Amor eu gosto tanto, eu amo, amo tanto o seu olhar
Andei por esse mundo louco, doido, solto com sede de amar
Igual a um beija-flor, que beija-flor,
De flor em flor eu quis beijar
Por isso não demora que a história passa e pode me levar
E eu não quero ir, não posso ir pra lado algum
Enquanto não voltar
Não quero que isso aqui dentro de mim
Vá embora e tome outro lugar
Talvez a vida mude e nossa estrada pode se cruzar
Amor, meu grande amor, estou sentindo
Que está chegando a hora de dormir." (Outro Lugar - Milton Nascimento)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sobre o que acontece.

É sobre fascínio, é sobre admiração. Ver seu brilho é como ver por-de-sol: todo santo dia eu quero parar e contemplar. Sou piegas, mas é aquela velha histórinha do Caio Fernando sempre se fica um pouco piegas quando se quer explicar o inexplicável. Você é...inexplicável.
Seu show é conduzido de forma linda.  É palavra com melodia doce de lambuzar o coração. É subterfúgio para essa realidade dura que atravanca dias. Você...poxa, você liberta almas.
É o amor que ninguém mais vê. Eu fico quieto, admirando, esperando a hora que você olhar para mim e, quem sabe, se as forças universais ajudarem, eu falar.
Me abraça forte agora (e fica mais um pouco).Te amo, moça...é verdade.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O que eu quero falar, mas não te ligo (na madrugada)

Talvez as linhas sigam o pensamento. Se assim for, serão sobre encaixe, medo e tempo. Hoje, presenciei um amigo desabando em prantos porque o "grande amor não revelado" dele transmutado em uma cidadã irá para outra cidade. Esse é um caso complicado da vida que, se tudo der certo, ainda conto.
Fiquei pensando na sorte que tenho de tê-la ali no outro bairro, nada que quinze minutos de carro ou um telefonema não resolvam. Porém, pensei também que há uma proximidade distante por não saber ao certo qual é a natureza jurídica na relação processual que eu chamo de vida. Penso, ainda, sobre qual o encaixe que você possui. Pensei também sobre qual é o tempo, se o tempo é certo. E ai, tive medo. Medo de não falar na hora certa, embora eu acredite que já tenha deixado claras as intenções, os desejos, o respeito com a força e fé.
Eu escuto o Nando Reis falando para a Cássia Eller e ela falando para ele a frase que eu repito mil vezes quando penso no "você" complementando o "nós": "não tenho dúvidas de que com você daria certo, juntos faríamos tantos planos. Com você, o meu mundo ficaria completo". O encaixe é perfeito. Se soubesse das preces, você se reconheceria sem dificuldades. Talvez o que me falta é a tal da sorte. Já deve ter lido a definição do Guimarães Rosa, não é? Se não, ele diz: "Sorte é isto: merecer e ter".
Penso em tempo. Penso em o Sol não chegar tão cedo invadindo a tua madrugada, o teu sono tão merecido. Diz minha irmã que nada um dia após o outro com uma noite no meio. Aproveite a tua noite, descanse, sonhe, imagine, recarregue as baterias. Eu fico aqui com uma ponta de ser o Di Caprio e invadir teu sonho para despertar alguma sinapse que sinalize na minha direção. É brincadeira, obviamente - embora com um fundo de verdade -, já que eu quero as coisas bem naturais e sinceras (apesar dessa flagrante vontade de tê-la bem perto aqui e agora).
Tenho medo de fazer o movimento antes da hora e perder. Tenho medo de demorar a fazer o momento e perder. Dizem que o que é pra ser tem muita força, mas também escuto o Chico Buarque questionar "mas e se Deus negar? Como é que vai ficar, ô nêga?". Ah, tomara que Ele abençoe.
Quero que o medo não me faça perder o tempo do encaixe. Quero saber as palavras certas. "Quero ficar junto e respirar".

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Noite Perfeita

No meio da noite, ela* diz: "Merecíamos essa noite", com aquele sorriso com luz maior do que todas as estrelas daquele céu estreladíssimo. A minha resposta foi, um pouco depois e após tomar uma "bronca" por já não escrever aqui há algum tempo, "vou escrever sobre isso no blog".
Ela quem sempre me disse que "o que é esperado com fé, há de ter muita força", esteve por lá, no meu canto preferido, num dos meus shows preferidos. Ela, a minha companhia preferida que não tenho a sorte de ter todos os dias. Falando em dias, haja a tal fé para esperar pelos últimos vinte. Desde o primeiro convite extra-oficial após ser sondado por cortesias, até a confirmação das cortesias e a aceitação dela. Haja fé para esperar essa última semana envolto a processos e prova da ordem no fim de semana. "Minha moral está alta", ela disse quando contei que no dia seguinte, em menos de 14horas eu estaria fazendo a prova. Lógico que a moral dela é altíssima, todo mundo que lê minimamente esse blog sabe o quanto eu esperei para ter essa chance.
Posso dizer? Ela é tão bonita, que dirige também bonito; uma delicadeza para virar aquele carro enorme, uma maestria para fazer uma vaga oblíqua, um charme para dirigir com uma mão só, enquanto ela "está pensando". Eu fico bobo no banco do carona, deixo meu carro no centro e nunca valeu tanto a pena. Até na "briga" por não querer me deixar pagar o estacionamento, ela foi charmosa. Eu ganhei a briga, que fique claro.
Boa conversa até chegarmos ao bar - já disse que ela estava lindíssima com aquele vestido? -, vou ao banheiro para ver se não estou babando demais, se minha cara de bobo não está tão aparente e para ver se ainda estou composto. Tudo certo, quando saio... é ela na varanda, encostada iluminada por aquele céu todo estrelado. A menina que ama estrelas aponta as três marias, uma das maiores paixões dela (e me dá uma vontade sublime de entregar um outro sol para ela). As horas, infelizmente, voam. Talvez pela simplicidade do papo que flui e mesmo quando há silêncio, eu sinto cumplicidade.
Antes do show, som ambiente com "por você, eu mudaria até o meu nome, eu viveria em greve de fome, desejaria todo dia a mesma mulher". E aquilo meu deu o impulso para fazer a pergunta que esperei a noite pra fazer, muito por covardia, por medo ou por antecipar o movimento rumo à maçã, no melhor sentido Caio F. E fiz: " Linda, vamos ficar hoje ou ficaremos de boa na vida?". Pouco clichê, muito desajeitado, porém direto, acho que nossa relação de carinho e sinceridade permite isso.
Segue o show, primeira música do Leoni: "não fala nada, deixa tudo assim por mim, eu não me importo se nós não somos bem assim. É tudo real nas minhas mentiras, e também se não for, não me faz mal, não me faz não". Ela é tudo que eu penso, mas foi um recado que ele me ajudou a passar: Fique tranquila, seja qual for a resposta nessa vida, meu desejo e carinho são os mesmos.
Leoni passou pelos clássicos: Fotografia, Esse Outro Mundo, Temporada das Flores, Um Herói Que Mata, 50 receitas, Dublê de Corpo, Os Outros, A Fórmula do Amor e segue show.
Em "Cartas Que eu Não Mando", provavelmente um olhar para que voltasse a escrever. Afinal, tenha escrito para mim, em uma agenda.
Em "Lado Z", o que eu sinto do fundo do meu coração: "Fiz uma lista sem fim de como sem perceber você me faz imensamente feliz"
Depois, outra para mais uma pergunta minha "com a cara mais lavada, digo "por quê não? Por quê não eu, ahhh, por que não eu?" (risos)
A música "A Noite Perfeita" dá nome ao espetáculo e ao post. E bom, antes do bis, "É hora de pular do Trem".
Fechando o show, a música quase minha para ela: "garotos não resistem aos seus mistérios, garotos nunca dizem não, garotos como eu sempre tão espertos, perto de uma mulher são só garotos".
Fechamento da noite foi com Robs e a Radiola, I Wanna Hold Your Hand , Wonderwall. 
Sai com a sensação de que realmente merecíamos aquela noite e assim ficamos de boa na vida.
Antes de fechar o relato, eu vou "cantar" a música que faltou na noite perfeita, mas que não pode faltar por aqui.
Te escrevo essa canção
Pra te fazer companhia
Pra segurar tua mão
Não te deixar sozinha

Canção feita de pele
Pra usar por baixo da roupa
Canção pra te deixar um gosto doce na boca
Te escrevo essa canção
Porque nem sempre ando perto
E essa canção me ajuda a atravessar um deserto

Canção de fim de tarde
Pra se infiltrar nos seus poros
Pra contar com você
Te olhar no fundo dos olhos

Canção pra andar do teu lado
Em toda e qualquer cidade
Pra te cobrir de sorrisos
Quando eu chorar de saudades

Te escrevo essa canção
Pra te fazer companhia
Pra segurar tua mão
Não te deixar sozinha
Canção feita de pele
Pra usar por baixo da roupa
Canção pra te deixar um gosto doce na boca
Canção pra andar do teu lado
Em toda e qualquer cidade
Pra te cobrir de sorrisos
Quando eu chorar de saudades


* À Rayssa Nogueira, tantas vezes personagem desse blog, que me permite sonhar acordado. Espero que o sol tenha chegado bonito no domingo para te despertar.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ainda resta vontade

Eu não sei se são teus cabelos caídos sobre os ombros de fios de esperanças dourados ou a forma como você sorri menina e tão mulher. Não sei se é a forma como encara os desafios do jeito que vêm, que são.

Eu apenas sei, em poucas linhas e certeza crescente, que apesar dos meus traumas com lugares pré-fabricados eu quero construir castelos, castelões.